Renda de Bilro
Presença açoriana em Santa Catarina A arte da confecção da renda de bilro
espalha-se por todo o litoral brasileiro, especialmente nas praias habitadas
por pescadores. O sul do Brasil, Florianópolis/SC, reúne a maior
concentração de rendeiras, e na costa de São Francisco do Sul até Laguna
ainda encontram-se pequenos núcleos de rendeiras. Na ilha, essa arte é
produzida e comercializada pelas rendeiras das comunidades das praias do
Forte, Ribeirão da Ilha, Rio Tavares, Lagoa da Conceição, Ponta das Canas,
Pântano do Sul, Rio Vermelho e outras. Em matéria de artesanato de
tradição popular, as rendas da Ilha de Santa Catarina vêm se mantendo
através dos anos despertando o interesse de pessoas das mais diversas
culturas.
Monumento às Rendeiras, Centro de Florianópolis-SC
"Boi-de-Mamão"
Em Santa Catarina a brincadeira está presente em quase todos os
municípios do litoral com o nome de "Boi-de-Mamão".
Origem: Antigamente, a brincadeira era conhecida em nosso litoral como
"Boi de Pano", mas ocorreu que, com a pressa de fazê-lo, utilizaram um
mamão verde para fazer a cabeça do boi. Daí recebeu o nome de Boi-
de-Mamão, mantido até a época atual, onde se vê cabeças de todos os
tipos, até mesmo de boi, menos de mamão.
A descrição mais antiga do folguedo, em Florianópolis, é de 1871 feita
pelo historiador José Arthur Boiteux.
Personagens
Embora os competentes variem de acordo com o grupo, os personagens
principais são:
Boi-de-Mamão: Figura do folguedo que morre durante a apresentação e
é ressuscitado com o auxílio e um médico benzedor.
Bernúncia: Figura fantasmagórica que teria sido inspirada na figura do
dragão celeste chinês. Durante sua apresentação, a bernúncia investe
sobre o público engolindo crianças e dando à luz, em seguida, a uma
bernuncinha.
Maricota: É uma mulher altíssima, vaidosa e desengonçada, que ao
dançar rodopiando esbarra seus enormes braços em quem estiver
descuidado.
Cavalinho: O cavalinho laça e recolhe o furioso Boi.
Cabrinha: É o boi das crianças, tem um porte menor e dança mais
ligeiro.
Outros personagens encontrados em alguns grupos: urso, urubu,
macaco, girafa, abelha, ema, barata, anão, cavalinho-marinho, etc.
Acompanhamento Musical: Acompanha a cantoria 3 músicos, pandeiro,
violão, gaita.
Pau-de-Fita
Pau-de-Fita
Tradição muito antiga comum nas comemorações do início da primavera e
por isso muito ligada à fertilidade.
Trazida ao Brasil pelos portugueses e espanhóis. É também praticada em
vários outros países das Américas, do México até a Argentina.
A coreografia principal é o trançado. Um mastro, enfeitado com flores e
guirlandas e de cujo topo partem fitas multicoloridas, tantas quantas forem
as participantes, dança-se formando figuras com as fitas de acordo com as
evoluções dos dançarinos. A coreografia segue o ritmo dos instrumentos
musicais, como sanfona, violão e pandeiro.
Os dançarinos trançam e destrançam as fitas, de cores diferentes,
formando interessantes desenhos pela intercalação das cores. Tem como
desenhos coreográficos a Trama, Trança e Rede do Pescador.
No Brasil, a dança faz parte das festividades natalinas, mas, em diversos
países, é somente dedicada às árvores.
Festa do Divino
Em Santa Catarina esta devoção pode ser constatada em qualquer festa
em louvor ao Divino Espírito Santo. Entre os fiéis há a crença que nos dias
de festa quem tocar a bandeira ou beijar a pomba do divino receberá uma
graça do Espírito Santo. Nestes dias os devotos do divino fazem questão de
levar as massas de promessas para casa, muitos cortam pedaços das fitas
da bandeira como simpatia para aliviá-los que qualquer mau futuro. Nos
Açores esta devoção na terceira pessoa da Santíssima Trindade também é
extremamente forte.
Terno de Reis
Festa popular de caráter religioso e de origem portuguesa inicia-se nas
vésperas no dia 25 de dezembro e vai até 6 de janeiro é um auto popular
natalino de evocação da visita dos três reis magos ao menino Jesus com
apresentação de danças dramáticas como o terno de Reis, o rancho e o
bumba-meu-boi.
Os tocadores entoam cantos alusivos, chamados “Ternos de Reis", com
violinos, rebecas, violas louvando o nascimento de Deus menino e
freqüentemente improvisam versos homenageando o dono da casa
visitada, previamente escolhida.
Os visitantes recebem em troca dos donos das casas pelas cantorias,
comida, bebida e ajuda para a festa.
Os foliões de Reis imitam os Reis Magos (Baltazar, Belchior e Gaspar), que
viajam guiados pela estrela de Belém para dar boas-vindas ao Menino
Jesus.
As visitas muitas vezes atravessam a noite até o amanhecer.